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Num festival que nos ultimos anos apostou fortemente na secção Generation, focada acima de tudo em audiencias mais novas, infantis e juvenis, não falta espaço para obras sobre os verdes anos.
Mas é na secção Panorama que surge a obra do genero mais badalada do evento germanico.
“L’Animale” da alemã Katharina Muckstein conta-nos a história de Mati (Sophie Stockinger), uma Maria-Rapaz que em vez de se comportar como a maioria das raparigas da sua idade prefere passar os tempos livres entre rapazes e a desbravar terrena na sua mota de competição. Sempre rodeada de adolescentes previsivel e perpetuamente a tentar provar a sua virilidade, nem no momento de se preparar paa o baile de finalistas consegue corresponder ao esteriotipo que a sua mãe ambiciona.
Mas quando Mati se aproxima de Carla (Julia Franz Ritcher), uma jovem rapariga independente e sem qualquer necessidade de se afirmar, a protagonista inicia um processo de mutação, paralela à que atravessa a sua familia de outras formas, que não será aceite por todos, muito menos os rapazes que sempre a rodearam.
Não faltam buracos nesta primeira longa de Muckstein. A necessidade de provocar, esclarecer e abordar variados temas poderá relfectir de certo modo alguma da angustia da adolescencia, mas resultam num filme frequentemente confuso, demasiado preocupado em impressionar a sua audiencia em vez de cuidar de um grupo de porsonagens que co-habitam mal umas com as outras.
Disto isto, o filme não é desprovido de talento, já que esteticamente assume-se num tom colorido e reluzente, norteado por uma banda sonora capaz de elevar o filme a outros niveis.
Pode não ser a melhor história coming-of-age desta edição da Berlinale, mas não deixa de ser um primeiro passo de uma cineasta que quando aprender a controlar a sua narrativa poderá dar asas à sua visão sempre no bom sentido.