A 18ª edição do FEST já vai a meio e o terceiro dia do festival proporcionou a todos os participantes um calendário intenso de masterclasses e workshops. O cabeça de cartaz, o realizador Gaspar Noé, esgotou o Auditório do Centro Multimeios de Espinho, mas a oferta do programa de indústria do FEST estendeu-se por muitos outros tópicos fundamentais ligados ao cinema.
O dia começou da melhor forma com Tomas Eskilsson, o fundador e CEO da Film i Väst, a empresa de produção por detrás dos êxitos nórdicos Another Round (2020) e The Worst Person in the World (2021). Na sua masterclass, Eskilsson, que participou no FEST via chamada de vídeo, debruçou-se sobre os desafios e as potencialidades do financiamento para o cinema, imprimindo o seu cunho pessoal e partilhando as suas experiências.
Com uma atitude prática e intencional, Pete Travis, realizador de Vantage Point (2008) e Endgame (2009), conduziu uma masterclass altamente interativa sobre a arte de guiar atores, em que partilhou os conhecimentos e convicções criados ao longo da sua prolífica carreira. Já Melanie Oliver virou a lente para uma das posições mais subestimadas na máquina cinemática: o editor. Estando por detrás de uma longa lista de títulos de grande destaque no mundo do cinema, como Les Misérables (2012) e The Danish Girl (2015), Melanie deu a todos presentes uma aula única sobre o processo de edição e a coragem que este exige, usando como caso de estudo o filme Judy (2019).
O FEST Training Ground vestiu-se de uma vertente mais prática com o workshop de Marcel Mettelsiefen sobre as câmaras EOS Cinema da Canon que filmam em 8k. Por sua vez, o FEST Film Educators Meetup levou a comunidade académica que está a participar no festival a refletir sobre o estado da disciplina e estabelecer contactos para um futuro mais próspero.
Francisca Tinoco e Carolina Gonçalves
