A evolução do setor audiovisual nos últimos 5 anos, as mudanças a chegar na próxima década e os principais assuntos a ter em conta - estes foram os temas discutidos na primeira Conferência de Direito no Cinema e Audiovisual, organizada pela FEST - Associação Cultural. O evento decorreu em Espinho, no fim-de-semana de 30 de abril e 1 de maio, com o propósito de começar uma conversa acerca das novas tendências no Direito relativas ao setor do cinema e audiovisual.
No sábado, tivemos o privilégio de receber os oradores que nos iriam elucidar relativamente a vários tópicos interessantes - Kami Naghdi, Rusta Minazi, Andreas Pense, Gareth Wiley e Nastasja Borgeot. O fim-de-semana começou de manhã cedo com uma sessão sobre direitos de autor, a cadeia de valor do cinema e TV, e os acordos associados a colaborações e co-produções.
Durante a tarde, mergulhamos nos acordos de realizadores e escritores, ao mesmo tempo que se abordou fontes e estruturas de financiamento no cinema e na televisão, um tema sobre o qual há pouca ou quase nenhuma discussão dentro da indústria, por isso foi bastante apreciado pelos participantes poderem aprender com transparência os aspetos técnicos da matéria. A conferência prosseguiu com uma conversa focada nas questões polémicas no setor do cinema e TV, o que despoletou um debate interativo e conduziu a um evento de networking conversador e interessante para terminar o primeiro dia.
O segundo dia do FEST Film Law foi centrado em compreender o passado e transportar o olhar para o futuro dinâmico do setor audiovisual. Começou com uma troca de opiniões acerca da evolução da área nos últimos 5 anos - a idade dourada da televisão, as complexas relações profissionais entre produtores e empresas de produção de streaming como a Netflix, e ainda a crescente procura de talento e ideias inovadoras para a criação de conteúdo de qualidade.
Depois de uma revigorante pausa para café, foi hora de pôrmos um pé no futuro próximo e percebermos como os NFTs e a Blockchain podem vir a tornar-se a próxima tendência no cinema e na televisão. A conversa foi liderada por Nastasja Borgeot, que introduziu a audiência a estes novos conceitos e explicou como alguém pode tomar vantagem dos mesmos no setor audiovisual. Foi dado o exemplo de Philip Colbert, um artista conhecido, que esgotou os seus NFTs numa venda privada, por ter construído uma comunidade à volta dos mesmos antes de os vender. A mesma estratégia pode ser usada na produção de um filme, introduzindo o novo conceito de filme colaborativo, no qual cada pessoa que tiver adquirido um NFT tem direito a participar no processo criativo através de reuniões exclusivas na plataforma Discord, o que se traduz num financiamento do filme e na construção de uma comunidade que irá apoiar o seu lançamento. Será que isto significa que o realizador perde todo o poder de decisão para os colaboradores? Depende totalmente dos termos estabelecidos no “smart contract” - outro conceito a adicionar ao vocabulário.
The Web3 or “the intelligent web” is the universe in which all of this is possible - NFT’s, artificial intelligence, VR and so on. What does this new internet era mean for film and television? In general, it means immersive storytelling, going beyond the physical frontiers and scaling to the masses, while also adding new perspectives to the production and consumption of audiovisual projects. Traditional projects will continue to persevere but there’s also room for innovative ones to appear on non-physical realms - there’s no limits to film and television.
It was a great weekend of learning and sharing with people interested in the area and we will return with more editions of this Film and Audiovisual Law Conference.
A Web3 ou “web inteligente” é o universo no qual tudo isto é possível - NFTs, inteligência artificial, VR, etc. O que é que isto significa para o cinema e televisão? De forma geral, significa storytelling imersivo, ultrapassar fronteiras físicas e escalar para as massas, adicionando novas perspetivas à produção e consumo de projetos audiovisuais. Os projetos tradicionais continuarão a prevalecer, mas também há espaço para outros inovadores emergirem em territórios não-físicos - não há limites para a criação no cinema e TV.
Foi um ótimo fim-de-semana de aprendizagem e partilha com as pessoas interessadas na área e com certeza que voltaremos com mais edições desta Conferência de Direito no Cinema e Audiovisual.