Pontuação: 5/5
O cinema alemão ganha novo fôlego com um filme inesquecível que anuncia a chegada de uma nova e talentosa mulher atrás das câmaras.
A primeira longa-metragem de Nora Fingscheidt, “System Crasher” vive em grande parte de uma pequena gigante personagem, Benni, uma menina de 9 anos com sérios distúrbios psicológicos que a tornam num caso de enorme dificuldade para os serviços sociais alemães, passando a ganhar a alcunha de System Crasher.
Benni é verdadeiramente indomável, vivendo numa constante correria entre diferentes centro de apoio à criança, casas de correcção e famílias de acolhimento. Ninguém consegue lidar com o intenso rebuliço desencadeado por Benni, que apesar de facilmente explodir em momento de raiva extrema, mostra ao mesmo tempo uma vontade e necessidade de ternura e amor.
A sua última esperança é Micha, um jovem educador, conhecido por trabalhar com os casos mais complicados no país, que utilizando um método extremamente próximo do seu alvo, vai estabelecendo um percurso para Benni. Os limites do aceitável estão sempre por perto, e “System Crasher” notabiliza-se não por necessariamente mostrar como tudo tem solução, mas simplesmente por verdadeiramente reflectir a complexidade destas situações.
Nora Fingscheidt construiu uma história verdadeiramente sem igual, e por detrás da sua lente esconde-se anos de pesquisa intensa sobre o tema, que agora surge na tela grande como nunca antes o tínhamos visto, tornando este “System Crasher” num dos filmes mais absolutamente vitais do ano, e seguramente um dos mais impressionantes nesta edição da Berlinale.
Por Fernando Vasquez