Um festival em plena adolescência nos seus 14 anos. Chegar aqui não foi fácil, houve inevitavelmente muitos altos e baixos e anos a correr melhor do que outros. Fernando Vasquez, director de programação, fala-nos um pouco de como é fazer o FEST acontecer.

O que me podes dizer sobre o FEST em geral e sobre esta edição em particular?

Este ano nós fizemos uma grande aposta na nossa programação, tanto a nível do Programa de Cinema como do Training Ground. Tornou-se óbvio nos últimos anos que o festival tem sido alvo de grande crescimento e se a nossa linha de programação não acompanhasse esse crescimento corríamos o risco de estagnar um pouco. Na área do cinema, que é da minha responsabilidade, temos apostado em filmes mais inovadores, mais arriscados. No caso das longas-metragens, por exemplo, temos aqui alguns dos filmes mais badalados do ano, como o "I'm Not a Witch", que ganhou um BAFTA, mas também fomos buscar filmes que, não que tenham propriamente passado despercebidos, mas que não tenham tido tanta exposição, como o "Blue My Mind", um filme que apesar do seu sucesso em alguns festivais acabou por não ter tanto reconhecimento, principalmente em Portugal. Tentamos sempre ter esse equilíbrio.

Que novidades há este ano?

A grande novidade para mim é a nossa secção Be Kind Rewind dedicada ao cinema norte-coreano. Que ainda por cima calhou, ironicamente, numa altura em que a Coreia do Norte está mais uma vez nas bocas do mundo, e finalmente por razões positivas. Uma coisa que muita gente não sabe é que o atual regime norte-coreano sempre teve uma grande ligação ao cinema e obviamente que é um tipo de cinema muito especial, muito único, e como tal esta mini-retrospectiva é uma oportunidade única de ver estes filmes na grande tela. Outra novidade é o Lost in the Metaverse, uma nova secção dedicada à exploração das possibilidades da realidade virtual e da realidade aumentada. Um território que temos investigado muito neste último ano mas no qual ainda nos sentimos um pouco perdidos, daí também o nome da secção.